Um ensaio sobre Eugênia Victal

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Foto 01: Um ensaio sobre Eugênia Victal.

  By: Kafé Santana

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           As Eleições 2016 para prefeito, vice-prefeito e vereador acontecerão em uma conjuntura social, econômica e política sem precedentes na história do país.   O primeiro turno ocorrerá no dia 2 de outubro, e o segundo turno no dia 30 de outubro.  O segundo turno será realizado somente em municípios com mais de 200 mil eleitores e eleitoras em que nenhum dos candidatos consiga a maioria absoluta, ou seja, 50% dos votos mais um. Os dois candidatos mais votados no primeiro turno disputam o segundo turno entre si (PORTAL DO LITORAL PB, 2016).

           Na atual circunstância onde se aponta um retrocesso configurado por meio da corrupção e também pela perseguição de alguns grupos minoritários, se faz necessário escolher líderes políticos sensíveis, que tenham propostas direcionadas às camadas populares como negros, índios, ciganos,  mulheres e, em especial,  a sujeitos LGBT.

            Eleger candidatos evangélicos, elitistas, tradicionalistas, heterossexuais e brancos podem dar contornos mais definidos a este retrocesso.  Não eleger os sujeitos que  carregam tais características não é o fim em si.  Uma vez que, não há nenhum problema em ser evangélico, elitista, tradicionalista, heterossexual e branco.  Pois, também são formas de ser/está no mundo, de pensá-lo e de sentí-lo. O cuidado em relação a estas características se apresenta como o primeiro passo de um processo de reflexão profunda.

            Torna-se um problema quando as posturas idealistas/extremistas evangélicas, elitistas, tradicionalistas, heterossexuais e brancas são considerados pilares da normalidade. Utilizadas contra outras ideologias religiosas, contra os pós-modernos e progressistas, contra os sujeitos LGBT, contra outros grupos étnico-raciais, e assim caracterizando os sujeitos destas pertenças ideológicas, estéticas, identitária e subjetividades como a escória da sociedade, tal qual dizia o Sartre, “O inferno são os outros”.

           Na maioria das vezes as posturas ideológicas dos evangélicos, elitistas, os tradicionalistas, heterossexuais e brancos se baseiam na discriminação, no preconceito, no racismo e na segregação que, por sua vez são ancorados pela epistemologia sexista, machista e bíblica.  Não há nenhum problema com a epistemologia bíblica, desde que ela não seja utilizada como uma arma apontada para os sujeitos de outras religiões (fé), como também os ateus e as atéias.

          Destaco em especial os evangélicos (a exemplo Marco Feliciano Ana Paula Valadão e também a Rachel Sheherazade) por que salta aos olhos a falta de empatia deles e delas em relação aos outros sujeitos que são diferentes dos elitistas, tradicionalistas, heterossexuais, brancos e, sobretudo deles mesmos.

          Não estou afirmando que os sujeitos que praticam outras religiões (fé), que são os pós-modernos e progressistas, que estão inseridos na população LGBT e os negros são os anjos ou inocentes, assim,  isentos de atitudes de discriminação, preconceito,  racismo e segregação quanto à sua espécie humana.  No âmbito das relações dos grupos citados, a discriminação, o preconceito, o racismo e a segregação permeiam também a vida cotidiana dos mesmos. Mas este é outro assunto.

           É preciso apostar em candidatos que representem os grupos sim, pois antes de tudo o grupo é de fato o porto seguro.  Pois quando buscamos o aconchego e a proteção retornamos ao familiar, ou seja, o grupo e/ou o clã familiar. É nele que nós desenvolvemos também as nossas percepções e impressões, construímos a consciência do mundo, e, sobretudo, de si como sujeito. Assim se faz necessário eleger candidatos/sujeitos que tenham interesses em lutar pelo nosso grupo de pertença. Isso implica que o candidato eleito vai apenas lutar em nome de seu grupo.  Mas, se ele não luta pelo seu grupo de pertença, quem o fará?

          A luta para conquistar os benefícios, através de políticas públicas e desenvolver as estratégias para melhoria da população de forma geral e sem fazer distinção, como também focando seu grupo de pertença, tem que ser uma “luta decente” como base na empatia, na compressão, na aceitação e no respeito.  E não uma luta de perseguição contra os outros grupos sociais, como os evangélicos que parecem perseguir, sobretudo, a população LGBT, dificultando os projetos que beneficiam a comunidade. É claro que nem todos os evangélicos comungam do mesmo pensamento, mas, a maioria tem se comportando de forma violenta, com traços de bestas-feras violentas na face, sangue nos olhos, no corpo e na alma.  Parece que ele e elas estão na esfera política para perseguir e pregar o horror, e não para tornar o mundo um lugar melhor.  A Fé é de fato um fenômeno bonito e tão humano, mas ela nunca é visível nos olhos e nas atitudes dos mesmos, e sim ódio.

           Neste sentido, devemos nos questionar acerca das escolhas do sujeito/candidato para nos representar na esfera da política partidária. Irei abrir várias questonamentos e problematizar todo o tempo para que essa provocação seja o mais afetiva possível.

          Assim, o que faz alguém se candidatar para cargo de prefeito e vereador ? Em especial para vereador , uma vez que ela nunca demostrou a inclinação para a política partidária e nem compromisso com a população. Qual é a motivação e/ou a intenção deste sujeito? Isso nós nunca saberemos de fato, mas podemos tem indícios nas entrelinhas.

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Foto 02: Eugênia Victal: “Apresentadora de tv, publicitária, especialista em marketing, jornalista, esportista, mineira de Belo Horizonte, cidadã pessoense.”

          Poderia citar muitos nomes para embasar essa provocação direcionada à comunidade LGBT pessoense, porém,  destaco a apresentadora Eugênia Victal (Foto 02): “Apresentadora de tv, publicitária, especialista em marketing, jornalista, esportista, mineira de Belo Horizonte, cidadã pessoense.” (VICTAL, 2016).

            Pois bem, o anúncio de sua candidatura fora feito pela mineira (cidadã Pessoense) dia 14 de abril de 2016 durante reunião do PPS, no Hotel Hardman (PORTAL DO LITORAL PB, 2016).

          O que essa candidata mulher, católica, elitista, “tradicionalista”, heterossexual, branca e mineira tem para oferecer ao povo? O quanto essa mulher/candidata é sensível a minorias pessoenses? Utilizo essas classificações apenas para organizar o entendimento do texto, e não para diminuir a protagonista deste ensaio, pois, não há nenhum problema em ser, estar e ter estas caraterísticas estéticas e psicológicas. Segundo Candaú (2012) classificar não se figura necessariamente um fenômeno negativo, é algo presente em nossa forma de organizar o pensamento para codificar o mundo e seus fenômenos.

          Ela é mulher e isso pode ser bom?  Não necessariamente, pois, ser/está mulher não significa sensibilidade, há muitas mulheres machistas e sexistas, o que podem ser tão quanto e/ou mais perigosas do que um homem, católico, elitista, tradicionalista, heterossexual, branco, sexista e machista.

          A religião/Fé é fenômeno importante para alguns sujeitos, como não ter religião ou Fé alguma no divino também é importante para outros.  A religião/Fé é um paramento de conduta e ajuda alguns sujeitos a se posicionarem no mundo. Contudo, a Igreja Católica  perseguiu, julgou e puniu muitos sujeitos acusados de se desviar de suas normas de condutas. Neste enfoque, a Religião/Fé não significa o marcador de um bom caráter, ética e noção de bem e do mau.  Na teledramaturgia, a personagem Perpétua (Joana Fomm) da telenovela Tieta, de 1989, era católica fervorosa. Ela perseguia e infernizava a vida das personagens, Amorzinho (Lília Cabral) e Cinira(Rosane Gofman), simplesmente pelo fato de que as duas mulheres solteiras e ainda jovens sentisse o poder atrativo do prazer sexual. Não que a ficção paute as relações do mundo real, porém acabam por representar situações cotidianas.

           Eugênia Victal tem o poder da fala, e tem sobretudo, influência, pois convive com artistas, empresários, políticos e outros agentes sociais também influentes. Não se sabe nada sobre suas origens quando solteira e mais jovem em sua terra natal. Mas, atualmente sem dúvida ela goza do status que a configura como um sujeito da elite. Outra “jornalista” Rachel Sheherazade também tinha essa influência e em seus discursos nos quais é notório a disseminação do ódio, o que refirma sua postura elitista e fascista com base na epistemologia bíblica uma vez que ela é evangélica. Características cunhadas por Jean Wyllys, quando Sheherazade em um lapso de psicopatia disse que ele não representa ninguém”, disparou (WYLLYS, 2014).

           Parece que os “jornalistas” se sentem no direito de falar o que vem na cabecinha de vento sem pensar nas implicações negativas de seus discursos.  E isso pode ser perigoso, e tudo começou quando outra cabecinha de vento Silvo Santos deu certo “poder” para a Sheherazade,  ela tem disseminado a intransigência e o ódio quando tem oportunidade de abrir a boca. Eleger, ou melhor, dá poderes para alguém que tem o poder da fala e tem o super-ego rígido pode ser nocivo. Nós queremos isso? Não! Isso não quer dizer que Victal fará isso, mas quem nos dá garantias que não o fará. E com esse poder nas mãos, uma vez eleita, podemos descobrir o nível do tradicionalismo patológico de uma pessoa. Mas pode ser tarde demais. Concordam?

          Eugenia Victal é casada com Bil Berbert desde 2000, um parceiro heterossexual, o que supõe que ela também é heterossexual (BERBERT, 2016). Se ela for uma mulher que ainda conserva a idéia tradicional e rígida de família nuclear, esse será outro problema, sobretudo, para a comunidade LGBT.

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Foto 03: Podemos ver bem sua beleza nas caras e bocas estampadas nos selfies disseminados por suas redes sociais. Lembra muito a canção Vogue de Madonna, Strike a pose.

          Etnicamente, Eugenia Victal é branca, e por sinal uma loira muito bonita. Podemos ver bem sua beleza nas caras e bocas estampadas nos selfies disseminados por suas redes sociais. Lembra muito a canção Vogue de Madonna, Strike a pose (Foto 03). Mas, como será que ela percebe as outras tonalidades de pele?  Será que ela tem noção de que outras etnias de epiderme mais escuras ainda tem sofrido os horrores de uma sociedade opressora, segregadora e líquida, sobretudo, a população negra que é empurrada cada vez mais para as periferias. Ou será que ela acredita na historiografia branca que figura a princesa Isabel com a heroína que libertou os escravos no Brasil?

          Ela não é paraibana e isso implica no grau de sensibilidade? Talvez sim, talvez não.  Ela somente está aqui há sete anos.”AMigos, quero partilhar com vocês essa imensa alegria… eu, Mineirinha da gema, agora, oficialmente “adotada” pela terra que já chamo de Mãe há quase 7 anos! Eu me sinto recebendo a certidão de “maternidade”! Obrigada Ver. Marmuthe Cavalcanti, a cada irmão “conterrâneo dessa Paraíba linda e a todos os vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa! Deus mais que bom, Deus “Pai”!! (VICTAL, 2016).

          Talvez o fato dela não ter raízes paraibanas sua sensibilidade em relação ao povo paraibano, as minorias paraibanas, em especial, a comunidade LGBT seja frágil. A cidadania paraibana é linda, mas não garante nada, muito menos um sentimento de pertença. Esse sentimento é mais congruente quando há também angustia com as problemáticas sociais. Talvez sua candidatura seja a extensão deste sofrimento.  O fato é: é muito fácil ter sentimento de pertença com o encanto do calor, das praias, com as paisagens postais e com o tratamento que os pessoenses dão aos visitantes, além do custo de vida baixo, que é de certo uma variável sedutora.

           Na propaganda eleitoral ela tem usado o discurso romântico em nome de algumas minorias e das mazelas e problemáticas sociais pessoenses. “A cidade que todos merecem é aquela que respeita a cidadania. Nós pagamos impostos, temos direitos a serviços dignos. Nosso meio ambiente esquecido, a barreira de Cabo Branco, gente, pode acabar. Quase não temos calçadas e onde tem os cadeirantes não conseguem passar. Os deficientes não têm programas sociais voltados pra eles. A saúde em situação de emergência… Falta tudo. E se os bons se calam o mal vence” (VICTAL, 2016).

           Ela tem todo direito de se expressar verbalmente, escolhendo o melhor e mais convincente discurso de comoção.  Entretanto, visitando as redes sociais, Facebook e Instagram, da “jornalista” se percebe que nada diz acerca das problemáticas socais. Há sim uma incongruência.  Quase tudo no Facebook e também Instagram  oficial  é muito belo, é o país das maravilhas. O narcisismo é o seu Império, uma vida luxuosa, elegante, charmosa, sofistica e de alto custo representada por fotos selfies, vídeos e merchandising de algumas marcas.  Veja bem, a beleza não é um problema, tudo mundo deseja a beleza e os bens materiais simbólicos, quando estes, não são os marcadores definitivos da pessoalidade e da subjetividade. Todo mundo tem direito a eles. Mas, quando eles são os marcadores do egocentrismo isso traz índicos, pistas de uma pessoalidade e subjetividade individualista, consumista e líquida. Seu Facebook e também Instagram são simulacros de um programa de televisão, o seu habitat. Estão representados nestes espaços coisas que ela apresenta nos seus programas de variedades, as receitas prontas de maquiagens, cozinhas, de comportamentos. Embora, se veja alguns lampejos de deslocamento de seu ego e da vida em TV, ainda que estes não façam a representação de forma mais significativa de uma pessoa preocupada com as mazelas sociais.

                    Quanto às postagens do seu Blog intitulado “Eugênia Victal – vida é ao vivo”, todas as postagens são na verdade reposts de blog e  sites populares.  O que se percebe é que é a Eugênia Victal é apenas uma mediadora da informação de certos conhecimentos técnicos e práticos de beleza, estética e comportamentos. Ela não é uma pensadora (pode se tornar) que produz conteúdos reflexivos, mas  isso é não é um problema, não é ruim as pessoas  precisam de beleza,  charme e  de  sonhos. Mas em que isso tudo contribui para política paraibana e para a população em uma perspectiva da realidade dos problemas?

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Foto 04: Qual é o fruto, e que fruto iremos comer se ele for eleita?

          Quando o Toinho do Sopão se candidatou para o cargo de deputado estadual, de certo modo houve uma coerência no fato, pois sua prática social e sensibilidade se mostrou coerente. O mesmo se aplica ao ativista LGBT Renan Palmeira, uma vez que ele tem lutado para melhoria da população LGBT. Mas, por que ela se candidatou? Se ela for eleita, a quem Victal pretende atender?  Qual é o fruto, e que fruto iremos comer se ele for eleita? (Foto 03).

          Então vamos fazer o que Victal discursa na matéria sobre o “Processo de Impeachment de Collor e sua vida política décadas depois”: “[…] é ou não é um deboche com a política brasileira. A culpa é dele de jeito nenhum. E a culpa é de quem vota, reitera e reafirma a corrupção no nosso país”. (VICTAL, 2011).

Referências

Apresentadora Eugenia Victal da Tv Correio/Record conta o Processo de Impeachment de Collor. In: Youtube, 2011. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=O7YUrqLmnys >. Acesso em: 27 jun. 2016.

BERBERT, B. In: Facebook, 2016. Disponível em:< https://www.facebook.com/bil.berbert/about?section=all_relationships >. Acesso em: 27 jun. 2016

CANDAU, J. Memória e identidade. (tradução) Maria Letícia Ferreira. São Paulo, 1. ed, Contexto, 2012.

Eugênia Victal perfil Instagram In: Instagram, 2016 Disponível em:< https://www.instagram.com/eugeniavictal/ >. Acesso em: 27 jun. 2016.

Eugênia Victal disputará vaga na Câmara Municipal de João Pessoa.In:portal do litoral pb. Disponível em:< http://www.portaldolitoralpb.com.br/eugenia-victal-disputara-vaga-na-camara-municipal-de-joao-pessoa/ >. Acesso em: 27 jun. 2016.

Jean Wyllys chama Rachel Sheherazade de “burra”, “fascista” e “cafona”. In: Varela Noticias, 2014. Disponível em:< http://varelanoticias.com.br/jean-wyllys-chama-rachel-sheherazade-de-burra-fascista-e-cafona/ >. Acesso em: 27 jun. 2016.

VICTAL, E. O que você gostaria de mudar ou melhorar? In: Youtube, 2016. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=ovHXT5DnX2I &gt;. Acesso em: 28 jun. 2016.

VICTAL, E. Fotos de   Eugenia Victal. In:Facebook, 2014. Disponível em:< https://www.facebook.com/eugenia.victal?fref=photo4&type=3&theater &gt;. Acesso em: 27 jun. 2016.

4.0 Set Mix, O próximo voo

          A agulha rasga o disco marcando não só a transição do Mr. Mister para Madonna, na introdução. E parece fazer referência a era dos vinis quando o som grave e pesado das vitrolas embalavam o hits daquela época. Essa referência do final da década de 1970 se reafirma no remix do ABBA, a canção Voulez Vous assume a batida que de fato vem apresentar o início da identidade rítmica do set mix intitulado 4.0 o novo trabalho do DJ Kafé (Foto 02) lançado há 10 dias.

          Porém é na transição de Somebody Dance With Me, da Witney para Shine It On, da Wanessa que o som fica mais envolvente. O tribal se torna nítido, a vibração faz lembrar “tambores” sintetizados e as variações para o grave tornam a faixa forte e pulsante. Este tipo de transição se repete algumas vezes. Não é só a transição rítmica, é transição de momentos históricos, ora início dos anos 1980,  ora final dos anos 1970, com saltos para os anos 2000 e anos 2010. Um outro instante no qual a mudança temporal é bem clara é na passagem de Holiday para Titanium, uma transição até longa, talvez intencional, uma vez que não deixa a vibe se perder e continua com a mesma pegada.

          Um detalhe imprescindível: algumas das músicas que compõem o set foram trilhas de telenovelas brasileiras. Uma clara relação do DJ com essas memórias sonoras diluídas na teledramaturgia e registradas em sua considerável coleção de cds e vinis. O que acaba por proporcionar uma miscelânea de artistas nacionais e internacionais conhecidos pelos públicos mais diversificados. Um mergulho em um túnel de lembranças e emoções. É bem possível que seja por esse envolvimento emocional que os quarenta e oito minutos do set mix passem como se fossem poucos minutos e quando menos se espera se está ouvindo tudo outra vez.

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Foto 02:Capa do set mix 4.0.

           A figura alada na capa (Foto 02) do set mix traduz bem a liberdade que o DJ tem de mesclar clássicos do pop com músicas mais atuais. Não é por menos, um set  mix comemorativo de quarenta anos (ele faz aniversário dia 17 de junho, hoje!) tem que ter muita história musical para mostrar. Além da eclética lista de marcantes sucessos com transições suaves e harmoniosas o que se pode perceber é a evolução. Desde seu último set mix o DJ Kafé tem mostrado que não parou no tempo, é vintage é contemporâneo, é tribal.

         Esta longa história de imersão sonora é encerrada com a mesma trilha que inicia o set mix, Broken Wings, enérgica e completa fecha o ciclo dando a ideia de rebarbas aparadas. A agulha retirada do vinil nos últimos segundos do set pode ser um registro que quase passa desapercebido, porém se bem observado traduz muito do que é descrito nas informações de apresentação do set do DJ: voos e pousos que se repetem ao longo do tempo.

          Salvo algumas pequenas saturações nos potentes graves, resultantes de uma possível intenção potencializar o corpo sonoro, o set mix todo é muito bom e faz o tempo parar. Mas tal qual o ranço da vida são essas saturações, a gente se livra com o tempo. Veja o vídeo Drops logo abaixo.

 

8 Razões para não perder a balada “8 Pecados”

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Foto 01:8 Pecados teve sua estreia no cenário pop/indie gay alternativo de João Pessoa no dia 13 de Maio de 2016.

           A festa 8 Pecados (Foto 01) teve sua estreia no cenário pop/indie gay alternativo de João Pessoa no dia 13 de Maio de 2016. A festa  reuniu 1500 pessoas no Centro de Vivências da Universidade Federal da Paraíba e utilizou de uma qualidade sonora e estrutura que nunca tinha sido vista em eventos do gênero na UFPB .

          O objetivo inicial da festa foi reunir um projeto diferente e ousado que desconstruísse a imagem negativa que ficou de festas anteriores realizadas na UFPB. “Queria resgatar a credibilidade dos eventos realizados na UFPB que estava manchada devido a históricos de assaltos, tumultos e péssima qualidade de eventos anteriores” explicou o organizador da festa, Eduardo Ouyer (Foto 02).

“A ideia do 8 Pecados surge como uma resposta à sociedade que costumam rotular e classificar as coisas segundo as suas vontades, por exemplo, a gula, luxúria e os demais pecados capitais só são considerados pecados porque são rotulados como negativos, como errados. Desta forma percebo que a liberdade plena de viver segundo seus preceitos  podem ser classificados e enxergados negativamente pela sociedade, postulando tudo dentro de padrões…. Masss não posso revelar ao certo o oitavo pecado mas venha para a festa que você o conhecerá”.  Garante ele.

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Foto 02: Eduardo Ouyer, DJ e organizador da festa 8 Pecados. -2016.

          Da 1ª edição restaram comentários positivos e repercussão pelas redes sociais e grupos jovens da cidade a respeito da surpreendente e irresistível nova festa que acabara de surgir.

          Neste sentido,  a 2ª edição da 8 Pecados irá explorar o mundo do Beijo Perfeito inspirados e embalados pelo clima do Dia dos Namorad@s e irá encerrar oficialmente o período de aulas do período da UFPB.

8 Motivos para não perder a 8 Pecados do dia 17 de Junho de 2016:

#A primeira edição atraiu 1500 pessoas em uma estrutura que incluía palco e sistema de som de extrema qualidade;

#A festa será no dia 17 de junho, sexta-feira,  em final de período de aulas ou seja o que tinha de acontecer com as disciplinas já aconteceu, de preferência que você tenha sido aprovado;

#Última oportunidade de conferir as pessoas que  estão na cidade  porque provavelmente no dia seguinte todos estarão caindo na estrada para curtir o São João em outras cidades;

#Haver RED CARPET na entrada do evento para você desfilar todo trabalhado(a) nas melhroes grifes internacionais do mundo, dar entrevistas para os canais internacionais mais bafÔnicos do show business e claro tirar várias fotos dando beijo pras inimigáhs;

#Os bares oficiais da festa estarão com preços competitivos e bem em conta, ou seja, para assegurar aquele tombamento né noum?;

#A festa está chegando na casas das 1000 intenções e 800 confirmados no facebook.. vai ficar de fora ?

#No evento da festa no facebook você encontra o Teaser bombástico da 8 Pecados… Assista ele e se você não conseguir se segurar no final então pode gritar que a gente deixa tá ?

#Por fim mas muito importante .. A FESTA É GRÁTIS

          Então vai perder o close do ano? Claro que não né ? A única dúvida que fica é “Qual será o 8 Pecado

Festa 8 Pecados

17 de Junho de 2016 Às 22:30

Centro de Vivências UFPB;

Line UP:   Eduardo Ouyer,  Friday e muito mais.

50 Pulse (s) In Memory Video

ANGEL, de Exposé

Anjo

Meu anseio continua
Com vista para St. Marks
A partir da saída de incêndio Eu estou assistindo
Um tiro no escuro
Um homem caminhava por
Por um momento, que era você

Sem parar
Eu não posso deixar você ir ‘até que eu sei onde você vai
(Você é um anjo)
Eu acredito na influência das noites de verão
(Oooooh, anjo)
Eu ainda vivo para respirar o sopro da vida
Eu acredito em destino no fundo do anjo dentro
Eu ainda acredito na influência das noites de verão

O cheiro do seu cabelo
A maneira que nós dançamos
Minhas mãos em sua jaqueta de couro preta
Onde você estiver,
O que foi que eu perdi?
Eu estava perdido em seu beijo

Sem parar
Eu não posso deixar você ir ‘até que eu sei onde você vai
(Você é um anjo)
Eu acredito na influência das noites de verão
(Oooooh, anjo)
Eu ainda vivo para respirar o sopro da vida
Eu acredito em destino no fundo do anjo dentro
Eu ainda acredito na influência das noites de verão

Ohhhhhh
Oh oh-oh, oh oh-oh
Oh oh-oh, oh oh-oh

Quando os gritos de carne e sangue
Sem parar
Eu não posso deixar você ir ‘até que eu sei onde você vai
(Você é um anjo)
Eu acredito na influência das noites de verão
(Oooooh, anjo)
Eu ainda vivo para respirar o sopro da vida
Eu acredito em destino no fundo do anjo dentro
Eu ainda acredito na influência das noites de verão
Ooh, sob a influência das noites de verão
Anjo sob a influência das noites de verão
Ooh, sob a influência das noites de verão

A transição perfeita das faixas do set mix “Neo” do DJ Marcello Novotny

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Foto 01: DJ Marcello Novotny, um dos DJs mais citad@s como referência por muitos DJs pessoenses.- 2016.

By Kafé Santana

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          Vamos iniciar as atividades para o Kitsch Measured Chart – KMC que elege os 15 Set Mixes paraibanos mais populares para 2016?

          Para construção do corpus do KMC é utilizado três mecanismos: a Enquete Kitsch que fornece efetivamente dados quantitativos; a Análise do Blog Kitsch, que fornece fornece efetivamente dados quantitativos. E o Soundcloud, Hearthis, Mixcloud e outros,  que por sua vez forneceu dados qualitativos e quantitativos.

          À Análise do Blog Kitsch 2016 inicia com o set mix intitulado Neo  (Foto 02) do DJ pessoense Marcello Novotny (Foto 01), um dos DJs mais citad@s como referência por muit@s DJs pessoenses.

          Há mais de um ano o DJ não produzia um set mix, assim Neo vem para dá continuidade as atividades do DJ e preenche o espaço vazio na carreira do DJ no que se refere à sua produção de set mixes. “O DJ é reconhecido por seus (suas) colegas, sobretudo, pela produção de seus set mixes, que têm como base o Tribal, House, Electro, Dutch e Progressive.” (SANTANA, 2016).

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Foto 02: Há mais de um ano o DJ não produzia um set mix. – 2016.

          Até a conclusão desta matéria o set mix Neo tinha 1.071 plays e  foi curtido  47 vezes no período de 4 meses de sua publicação. Apesar de trazer hits de 2015, Novotny (2016) afirma que estes hits são tendências de 2016, de certo.

          O set mix não tem uma intro, ele já inicia na batida tribal que vai predominar em toda extensão do Neo com transição perfeita entre as faixas. Apesar dele não começa com um  intro que é sempre algo misterioso e/ou divertido  que poderia nos excitar em  conhecê-lo, uma vez clicando nele, somos instigad@s em ouvi-lo até o final. Entre as faixas Neo tem a Adele com sua baba Hello; a conhecidíssima do Fifth Harmony a faixa Worth It; Alive de Sia, canção que teve seu  lançamento em 24 de setembro de 2015, faixa do  álbum This Is Acting, por sua vez lançado este ano.

          Tem também a canção Bad Blood da Taylor Swift e a vigem Kitsch é feita com a canção Voulez Vous originalmente do ABBA, mas que nova roupagem de  Beth Sacks e  DJ Aron  ganhou sonoridades pós-moderna.

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Foto 03: Capa do set mix “Neo”. -2016.

          A capa do set mix (Foto 03) mostra toda a estética sensual do DJ de forma discreta e sem apelação, sendo este um convite ao clique para ouvir Neo.

          O referido set mix está tocando na Radio Kitsch e também está em votação na Enquete Kitsch: Qual é o melhor set de 2016 lançado por um (a) DJ paraiban@? E por que?

           Se você é DJ e está associad@ ao Kitsch nos envia o linque de seu set mix para ser incluído na Enquete Kitsch.

Referências

NOVOTNY,  M. MarcelloDJ/MARCELLO NOVOTNY Neo #PODCAST. In: Soundcloud, 2016. Disponível em:< https://soundcloud.com/marcellodj/marcello-novotny-neo-podcast>. Acesso em: 1º jun. 2016.

NOVOTNY, M. Fotos de Marcello Novotny. In: Facebook, 2016. Disponível em:< https://www.facebook.com/DJMarcelloNovotny >. Acesso em: 1º jun. 2016.

SANTANA, S.R Os 15 Set Mixes paraibanos mais populares de 2015, comentado por Ally B In: Kitsch, 2016. Disponível em:< https://kitschhomocultura.files.wordpress.com/2016/05/kitsch-nc2ba-7-jppb-06-de-maio-2016.pdf >. Acesso em: 31 maio. 2016.